terça-feira, 24 de março de 2009

Texto final do trabalho do blog de Educação Especial



O meu blog é sobre Educação Especial,escolhi esse tema por ser um grande desafio educacional ,e por eu ter convívio com pessoas portadoras de necessidades especias ,tenho um irmão de 26 anos (Autista ) e na minha carreira profissional Educadora já trabalhei com diversas crianças portadoras de necessidades especias,e é um prazer trabalhar e poder ajudar a cada dia a ajudar a acabar com o preconceito .
É muito importante que a seja feito um trabalho de orientação entre pais e alunos ,pois muito julgam ser conhecer ,é a inclusão educacional é um fato temos que nos adequar a nossa realidade,com respeito dignidade ,e igualdade.
Pude ver que o conceito de educação inclusiva ganhou maior notoriedade a partir de 1994 com a Declaração de Salamanca. No que respeita às escolas, a ideia é de que as crianças com necessidades especias sejam incluídas em escolas de ensino regular e para isto todo o sistema regular de ensino precisa ser revisto, de modo a atender as demandas individuais de todos os estudantes. Toda criança tem direito a educação e educação de qualidade e com dignidade .

Infelizmente o preconceito ainda é grande ,mas ele tem cura ,e cada um de nós podemos contribuir para um futuro melhor !!!


Miriam Ferreira Ra 0813139

segunda-feira, 23 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

”O brincar e o jogar da criança ao adulto"




”O brincar e o jogar da criança ao adulto"
Uma visão psicopedagógica

Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga
E-mail


“O homem brinca e ele somente é um homem no sentido
Total do mund, quando brinca.”
(Schiller)

Introdução

Foi pensando em minha experiência clínica e institucional, como psicóloga, pedagoga, e posteriormente psicopedagoga, que despertou-me o desejo de investigar mais de perto as relações do “Brincar Infantil”.
Observamos nos últimos anos, que nunca se deu tanto destaque ao brinquedo, como se vem dando ultimamente. As indústrias investem nesta área, desenvolvem toda sorte de brinquedos eletrônicos, jogos, fazem comerciais, propagandas, brindes em supermercado, até as lojinhas de um e noventa e nove atacaram também, (com brinquedos muitas vezes sem qualidade , sem fiscalização e controle do IMETRO. Evidentemente tudo isto tem um fim: o consumo perverso. Descobriram uma fatia do mercado, as crianças e os jovens, que são consumidores em potencial, manipulados, seduzidos, ingênuos. Porém, constatamos que há o lado bom deste estímulo, mas não encontramos nossas crianças brincando com espontaneidade e espírito criador. Logo o brinquedo é descartado e querem outro, ou brincam um pouquinho e depois vão mexer no que não deve. Por que será?
Notamos vários teóricos pesquisando e escrevendo a respeito, como o brinquedo sendo um instrumento enriquecedor , possibilitando a aprendizagem de várias habilidades.

No dia-a-dia, é comum ouvirmos comentários sobre o brincar, num tom queixoso e esvaziado de significado: os pais comentam “Hoje meu filho não foi para a escolinha, também não perdeu nada, só vai para brincar!”; ou os professores falam “Aquela menina não tem feito nada, só pensa em brincar!”. Portanto, o brincar parece estar associado à uma ação irrelevante, ou pelo menos nada que tenha alguma importância para a vida humana.

Os pais valorizam mais as atividades como: “Meu filho faz, natação, inglês, ginástica, faz conservatório musical, teatro, computação, etc....”. Estas atividades são importantes e necessárias, mas está sobrando pouco tempo para a espontaneidade, para o brincar em conjunto, para a fantasia.

A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar as questões relativas à aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento.

Podemos dizer que, a capacidade de brincar faz parte de um processo de desenvolvimento, sendo imprescindível para a sobrevivência psíquica e para o avanço social do homem. Notamos isto na própria história antropológica humana.
Sabemos pela maneira que uma criança, adolescente, adulto, brinca como algo revelador de suas estruturas mentais, pensamentos, sentimentos, interações, ou seja seus níveis de maturidade cognitiva, afetiva – emocional e social.

Faço então uma pergunta: “O que acontece com o brincar; pois ora é tão valioso ora é tão desvalorizado?”

O brincar e o jogar da criança ao adulto

Vejamos a origem das palavras:

- Jogar: do latim “jocare”: entregar-se ao; ou tomar parte no jogo de; executar as diversas combinações de um jogo; aventurar-se ou arriscar-se ao jogo; perder no jogo; dizer ou fazer brincadeira; harmonizar-se.

- Brincar: “de brinco+ar”; divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de criança; recrear-se; distrair-se;saltar; pular; dançar, (...) (Dicionário da Língua Portuguesa – Aurélio, 1986, pp. 286-98)

Percebemos que há uma dificuldade em definir os termos “jogar” e “brincar”, pois ambos tem uma fronteira comum, indicando um grau de subjetividade, em que estas atividades estão implícitas.

Segundo, BOMTEMPO (1987 p.13) “a atividade do brincar, geralmente é vista como uma situação livre de conflitos e tensões, havendo sempre um elemento de prazer. Também é uma atividade com um fim em si mesma, pois não há resultado biológico imediato que altere a existência do indivíduo.”

O brincar da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recreação, o adulto que brinca/joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao brincar/jogar avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca.

Precisamos saber que o brincar da criança é uma forma infantil da capacidade humana de experimentar, criar situações, modelos e como dominar a realidade, experimentando e prevendo os acontecimentos.

Quando induzimos a criança a brincar com jogos educativos, chega um momento em que ela interrompe dizendo: -“Bem agora, vamos brincar, tá?”. Portanto a criança não estava brincando no verdadeiro sentido do verbo, quando percebe o objetivo e intenção pedagógica que a cansou, interrompe, pois o brincar é destituído de qualquer objetivo externo e determinado, brincar requer espontaniedade, criatividade, liberdade com limites.

A brincadeira a partir dos 2 aos 4 anos, desenvolve-se com base nas organizações mentais, ou seja a simbolização. Diferencia o “eu” do outro, fantasia de realidade.
No início apresenta características de “pensamento mágico pré conceitual”, ou seja a a criança dá vida aos objetos, atribui sensações e emoções, conversa com eles. É também uma brincadeira solitária, na qual vive diferentes papéis. Pouco a pouco, ensaia um simbolismo coletivo, exigindo dela esforço e descentralização para acrescentar o outro e poder continuar brincando.
A partir dos 4 anos, a brincadeira vai adquirindo um aspecto mais social surgindo as brincadeiras com regras, onde o combinado deve ser respeitado.
Na compreensão da brincadeira simbólica a criança revela situações carregadas de emoções e afetos, as organizações lógicas : classificações, seriações, quantidades, cores, cenário onde aparece seus medos, dificuldades, tensões, inversão de papéis, etc...

Huizinga (1980), filósofo da história em 1938, escreveu seu livro “HOMO LUDENS” no qual argumenta que o jogo é uma categoria absolutamente primária da vida, tão essencial quando o raciocínio (HOMO SAPIENS) e a fabricação de objetos (HOMO FABER), então a denominação HOMO LUDENS, é cujo elemento lúdico está na base do surgimento e desenvolvimento da civilização.

O autor define jogo como: “uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana.”

Em seu livro Huizinga nos conta que:
 Nas sociedades antigas, não havia destinação entre jogos infantis e adultos, eram coletivos.
 O jogo era considerado como um vínculo entre as pessoas, grupos, classes e gerações, entre passado e futuro. Gradualmente este caráter foi sendo perdido ao longo da história, transformando-o mais individual.
 A influência educacional, religiosa e social altera os valores morais, considerava a criança como, um ser não maduro para convívio com adulto, sendo que deveria ser submetida a um “regime especial”.
 Os jogos e divertimentos coletivos foram abandonados e o ato de brincar desvalorizado, por não ter função aparente.

Com o surgimento do capitalismo esta idéia teve mais força, pois não podia ser associado a produção e trabalho, se tornou algo inútil.

O importante no brincar não é tanto como a criança, o jovem ou o adulto brinca, mas sim como ela se envolve, lidando de forma cada vez mais criativa e interativa com seu mundo interno e externo.

O fato de uma criança jogar xadrez, onde há presença de regras explícitas, pode ser considerado também por ela como uma brincadeira, ou o fato de brincar de boneca aparentemente sem regras explicitas, possa ser uma reprodução de papéis sociais, pré estabelecidos por ela.

Os pais e educadores devem levar em consideração os seguintes aspectos ao observar a criança ou o jovem brincando:

 Ela tem brincado ultimamente? Quanto tempo fica nesta atividade? O que faz com aquela brincadeira?
 Brinca sozinha? Brinca com alguém? Brinca em grupo?
 O que ela está expressando?
 Quais as regras?
 Como está brincando?
 Criou novas regras?
 Permaneceu em regras impostas?
 Qual sua reação?
 O que aparece neste jogo?
 Para que serve este jogo ou brincadeira?
 Como cuida dos brinquedos?
 Quais os brinquedos prefere?

Na verdade não existem delimitações claras sobre o ato de brincar e jogar e sim uma fusão entre as duas atividades. Quando uma criança não brinca, não se desenvolve, não se aventura em algo novo, desconhecido, isto é muito preocupante. Se a criança brinca está revelando ter aceito o desafio do crescimento, de ter a possibilidade de errar, de tentar a arriscar para progredir e evoluir.

Enquanto pais, educadores e profissionais afins, precisamos ser mais tolerantes com as atividades do cotidiano e criarmos um espaço para o lúdico, para nós também podermos sonhar, fantasiar, brincar.


Bibliografia

Bomtempo, E. aprendizagem e brinquedo em Witter, G.P. e Romeraco, T.F. “Psicologia da Aprendizagem”
Ed. EPU.

Erikson, E.H. Infância e Sociedade”
Ed. Zahar

Huizinga,J. “Homo Ludens – O Jogo como elemento da Cultura”
Ed. Perspectiva

Lebovici e Diatkine, R. “Significado e Função do Brinquedo na Criança”
Ed. Artes Médicas

Oliveira, P. S. “O que é brinquedo ?”
Ed. Brasiliense

Benjamin, N. “Reflexões: A criança, o brinquedo e a educação”
Ed. Summus

Oliveira, V.B. “O símbolo e o brinquedo”
E “Avaliação Psicopedagógica da Criança de 0 a 6 anos”
Ed. Vozes

Piaget, J. “A Formação do Símbolo na Criança”
Ed. Guanabara Koogam

Fernandes, A. “Inteligência Aprisionada”
Ed. Artes Médicas

História do movimento da escola inclusiva







História do movimento da escola inclusiva
De onde veio a proposta da escola inclusiva?

ADAPTAÇAO do texto da Profa. Dra Leny Magalhães Mrech
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Matéria enviada por Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga



Os quatro eixos básicos que constituíram o Paradigma da Inclusão partiram do entroncamento de quatro fontes básicas: a emergência da Psicanálise ; a luta pelos Direitos Humanos, a Pedagogia Institucional e o movimento de Desinstitucionalização Manicomial ou Antipsiquiatria.

Foram estes desencadeadores que delinearam um problema social, um problema público - a questão da inclusão social - que vem tomando forma e exigindo novas práticas educacionais e sociais.

As contribuições de Sigmund Freud e Jacques Lacan , trouxeram uma nova forma de se conceber os seres humanos: a importância da linguagem, do inconsciente e da sexualidade nos processos de constituição dos sujeitos.

Através dos ensinamentos de Freud e Lacan foi possível identificar que havia em relação à sociedade e aos sujeitos uma leitura ingênua do mundo. Uma crença na intencionalidade direta e linear das ações dos sujeitos e da sociedade.

Freud revelou que o sujeito e a sociedade podem ir contra si mesmo. Os sujeitos não criam apenas através das suas ações, o que chamou de pulsão de vida. Eles podem também se destruir ou destruir ao outro, um processo bastante sofisticado que Freud denominou de pulsão de morte.

Com isto foi tornando-se cada vez mais evidente que a sexualidade, a inteligência e a afetividade dos seres humanos não eram apenas produtos já dados, mas construções sociais e individuais. Para Freud e Lacan a ênfase estava nas relações e não em processos biológicos previamente concebidos e estruturados. Um exemplo é a questão atualíssima da violência nas escolas, vem revelando que não basta lidar apenas com o cognitivo, nós precisamos também trabalhar com a afetividade dos alunos, existe um desamparo familiar, social, político, ético, moral etc... encobrindo essa violência manifesta.

Mais tarde, a luta pelos Direitos Humanos veio ampliar ainda mais esta proposta. Ela delineou uma outra passagem que é a luta pelos direitos políticos. De 1964 a 1968, no meio universitário e fora dele, emergiu, no mundo todo, a defesa pelos Direitos Humanos aplicados a todos os sujeitos. Independente do fato de se pertencer a uma dada raça, cor, religião, situação financeira, etc. O objetivo é que todos os sujeitos tivessem acesso e direito garantido aos mesmos parâmetros de ingresso nos processos sociais e educativos.

A luta pela Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, veio revelar o papel estratégico que a Educação vem ocupando na manutenção, ao longo de décadas, de processos estigmatizadores.

Em decorrência, não foi ao acaso que emergiu, na França, na década de 60, a Pedagogia Institucional ou Pedagogia revolucionária, aquela cujas raízes se encontram no movimento frenetiano e no grupo dos Situacionistas Internacionais que, desencadearam no mundo todo, uma nova forma de ver a cultura e a Educação. Esse conceito situacionista, revela a importância de não mais focalizarmos o sujeito isoladamente. É preciso que se identifique também o contexto social - a situação ou ambiência - onde sujeito se encontra colocado.

O movimento mais transformador da cultura na década de 60 e 70, foi o Movimento de Desinstitucionalização Manicomial, ou seja, da quebra das cadeias manicomiais, como lugares de atendimento e tratamento excludentes dos doentes mentais.

Os movimentos de Desintitucionalização e Antipsiquiatria propiciaram novas luzes aos processos de atendimento e tratamento dos doentes mentais. Eles revelaram a importância de situações saudáveis para o bom andamento dos sujeitos. Situações onde os doentes mentais não ficassem excluídos dos ambientes comuns, mas fosse dado o direito de participar de uma forma mais ampla e digna dos contextos sociais comuns.

Acreditamos que os conteúdos que atualmente surgiram em Educação Inclusiva não sejam referidos apenas ao momento presente. Revelam a existência de um problema social maior, um problema público, em relação à maneira como os deficientes têm sido tratados ao longo da história da nossa civilização.

A Escolha da Escola








A procura por uma escola adequada deve levar em conta uma série de fatores; primeiramente de acordo com o quadro da criança, você deve ver se é melhor para ela uma escola normal (a chamada educação inclusiva) ou uma escola especial adequada a síndrome da criança. Para esta decisão é preciso examinar com calma se a escola normal têm as condições para atender bem seu filho(a), se os educadores da escola estão concientes e preparados (não basta aceitar a criança, não se trata disto, é preciso que possam ajudá-lo a desenvolver-se).

As outras crianças costumam lidar melhor com este assunto que os adultos, elas auxiliam em muito o desenvolvimento do amiguinho e geralmente o recebem de coração. Naturalmente se adaptam sem problemas. São os adultos que costumam complicar, criam métodos isto, métodos aquilo, mas as crianças de um modo geral levam mais progresso ao amigo especial que todos estes métodos juntos.

Se você já procurou por educação inclusiva, deve ter levado muitos sustos e choques também. Teoricamente toda a escola deveria "aceitar" a criança, sem discriminá-la, é lei, mas não é isto que acontece. Na prática por mais bem arrumado e bonito que seu filho esteja muitas vão discriminá-lo.Prepare-se.A mediocridade é tanta que chegarão a lhe dizer frases do tipo: "Eu gostaria muito mas não estamos preparados para esta criança; Como vou misturá-los aos outros? Por mim eu matricularia, mas os outros pais não irão concordar!" e por aí a fora. Não se incomode, estas pessoas estão educadoras mas não são educadoras. Realmente elas não servem para nossos filhos (creio que para ninguém).

Se por fim, você conseguir uma escola normal que vai trabalhar bem com seu filho, parabéns (merecerá o Nobel de pesquisa!).


Escola Especial

Em se tratando de escola especial é bom lembrar que as turmas são pequenas (geralmente 5 ou 6 alunos) e as aulas são dadas por professoras especializadas. O atendimento é individual e a criança é trabalhada de forma a superar suas dificuldades. A experiência da equipe em lidar com os problemas comuns aos especiais ajudam muito a criança e a família. Quando ler as placas ou folhetos da escola e ver: psicomotricidade, fisioterapia, musicoterapia, fonoaudiologia etc, não se iluda! Apesar do alto valor das mensalidades, nada, mas nada disto, está incluso, estes trabalhos serão cobrados a parte e será preciso ver se vale a pena trocar a equipe que o atende pela da escola, você decide.

Quem assistiu ao filme Prisioneiro do Silêncio, deve ter ficado impressionado com a preocupação do Estado nos EUA em por o garoto numa escola especial, eles literalmente forçam a mãe, aqui no Brasil não tem disto!

O custo de uma escola de educação especial é alto e nenhuma destas fundações que você vê na TV (Fundação Abrinq, Fundação pelos Direitos da Criança etc) irão ajudar.Elas só trabalham com crianças carentes (penso que em breve será preciso importar pobres pois o que tem de fundação para eles) nossos filhos não estão inclusos.

Se pensou em Direitos Humanos enganou-se novamente, a organização dos "Direitos Humanos" só atua no judiciário. Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação é que responde pela educação especial.Você pode procurar o coordenador da sua região (norte, sul leste e oeste) e solicitar uma bolsa em uma das instituições conveniadas. Para isto deverá levar o laudo da criança e escolher uma escola da lista que vão lhe dar.

Em outras cidades eu não sei como funciona. Sei que em Porto Alegre é super normal o estado custear uma escola especial (e boa) sem maiores problemas.

Em todos os casos, boa sorte, com certeza você vai precisar!


Lucy Santos

Para conhecer mais matérias da autora, visite o site "Especialmente Ser" ou escreva para Lucy Santos

Autismo e Educação


Autismo e Educação


A educação de pessoas autistas não têm recebido até então a atenção necessária, disso estamos cientes. Nem mesmo a educação especial tem dado conta desse alunado, cuja sensibilidade se mistura com ares de quem não compreende a vida, provoca inúmeros sentimentos e abala a segurança de profissionais cuja competência é evidente. Mas, se há profissionais capazes o que falta? Informação! Esta é a palavra chave. E é esta informação que precisamos fazer chegar a estes profissionais.
O novo, desconhecido, diferente, não abala e fragiliza somente nossos alunos autistas, mas ao homem de maneira geral.
Há quatro anos trabalho com crianças autistas e até hoje vivo a solidão de ser única na escola onde leciono. Tenho investido na divulgação do que é possível, nos vários trabalhos e das competências que podem ser desenvolvidas com nossas crianças, desta capacidade que está no interior de cada uma delas esperando para ser exposta, para desabrochar e dar os frutos que sabemos ser doce...
Na solidão de minha sala de recursos, sonho dia-a-dia com o investimento na educação de nosso pequeninos, no despertar de mais profissionais, de ter e dar opções e adequar o trabalho que hoje é oferecido de forma tímida e isolada. Mas sei, que sozinha, sem o investimento dos sistemas de ensino, pouco posso pode fazer.
Estamos a muito, em banho maria, é preciso aumentar a chama do profissional determinado, empreendedor. Mostrar que todo bom trabalho é como a terra, precisa ser preparada, adubada, para então germinar as sementes nela depositada.
Nosso trabalho, como essa semente para se tornar uma bela árvore necessita de carinho (investimento pessoal), água (capacitação/informação), e calor (união de esforços), coisas fundamentais para que se possa ter e desenvolver uma prática educacional adequada e eficaz. Que supra a necessidade de nossas crianças e dê maior satisfação profissional, e esta vem do progresso de nosso alunos, que na sutileza do seu modo de ser, clama por seus direitos, tão bem declarados nos inúmeros documentos e leis mas, tão esquecidos na prática.

Os caminhos da inclusão no Brasil






Os Caminhos da Inclusão no Brasil

Aspectos Legais:

Não se pode falar em inclusão, sem lembrar ao menos um pouco, da parte legal que a envolve. Precisamos voltar à época do Brasil – Império, onde na Constituição de 1824, foi consagrado o direito à educação para todos os Brasileiros. Tendo esse direito se mantido nas Constituições de 1934, 1937 e 1946. Tendo ainda em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, onde se afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação.

Entre as décadas de 50 e 60, surge a discussão sobre o conceito de Normalização, que tem como princípio, fazer com que a pessoa retardada (como se referia ao de déficit intelectivo), se assemelhe às condições normais de sociedade, questionando assim, as tendências segregativas e centralizadora com que eram atendidas. A educação especial no Brasil começa a ter um cunho educacional, apesar de ainda manter características assistencialistas.

A partir dos princípios de normalização, a Educação Especial passou por importantes mudanças. No ano de 1959 com a aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, tem assegurado no seu capítulo 7º. , o direito à educação gratuita e obrigatória, ao menos em nível menos elementar. Esses direitos foram mantidos nas Constituições Brasileiras de 1976 e 1969 respectivamente.
Em nossa atual Constituição (1988), esses direitos não só foram mantidos, como entendidos como sendo dever do Estado e da família, no seu art. 205. Temos ainda no Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 54 e 66, de forma mais específica assegurado o direito à educação, onde se faz referência aos Portadores de Necessidade Educacionais Especiais e seus direitos, não só a educação, como também ao trabalho.

No ano de 1990, aconteceu a Conferência Mundial Sobre Educação Para Todos. Felizmente a educação aparece como preocupação mundial. O tema foi motivo de vários estudos e encontros. Na Espanha, durante a Conferência Mundial de Necessidades Educacionais Especiais, foi aprovada a Declaração de Salamanca no ano de 1994, cujos princípios norteadores são:

- O reconhecimento das diferenças;
- O atendimento às necessidades de cada um;
- A promoção de aprendizagem;
- O reconhecimento da importância da "escola para todos";
- A formação de professores.

Os aspectos políticos – ideológicos que estão embutidos nos princípios desta Declaração, nos leva a pensar num mundo inclusivo, onde todos têm direito à participação na sociedade, fazendo valer a democracia de forma cada vez mais ampla.

Não se pode deixar de mencionar que as grandes linhas estabelecidas pela Constituição, foram regulamentadas em seus mínimos detalhes pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei no. 9.394/96. Onde pela primeira vez temos um capítulo (capítulo V) destinado à Educação Especial, cujos detalhamentos são fundamentais:

- Garantia de matrícula para os Portadores de Necessidades Educacionais Especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;

- Criação de apoio especializado, para atender às peculiaridades dos alunos especiais;

- Oferta de educação especial durante a educação infantil;

- Especialização de professores.

Alguns autores destacam a importância da Lei no. 9.394/96 ter um capítulo destinado a esta modalidade. No entanto, como coloca Rosita Edler (1998), esta não amplia a discussão sobre inclusão, uma vez que seria necessário que esta estivesse presente em todas as modalidades de educação.

Podemos observar a importância e urgência em aplicar esses textos legais, se levarmos em conta, que no Brasil apenas 3% dos P.N.E.E, têm acesso e permanência na escola, necessitando muitas vezes, recorrer aos Conselhos Tutelares, para fazer valer esse direito inquestionável.

Com a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997, onde se aborda a diversidade, temos no tocante à Adaptação Curricular a clara necessidade de adequar objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, de forma a atender as peculiaridades dos alunos. Temos numa abordagem geral, o tema Interação e Cooperação, onde um dos objetivos da educação escolar é que os alunos, aprendam a conviver em grupos, valorizando sua contribuição, respeitando suas características e limitações, e de forma mais específica, as Adaptações Curriculares Estratégias para Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.

Porém com todas essas leis, adaptações, estabelecimento de parâmetros e tantas outras ações pensadas e elaboradas, é ainda muito pouco ainda se oferece, na prática nos deparamos com obstáculos de toda ordem, principalmente quando pensamos nessas questões em relação ao aluno portador de autismo e outros transtornos invasivos do desenvolvimento. Quem está preparado para receber nossas crianças autistas? Quem conhece, ao menos um pouco, do que é ser autista? Ou ainda, quem conhece o autismo? Que criança poderá ser incluída e o que será oferecido às que não puderem ser?

São tantas as perguntas, que daria para escrever um livro, mas não é esse o objetivo, e sim mais uma vez lembrar que cabe aos que conhecem (ao menos um pouco) sobre o autismo, divulgar, esclarecer, enfim, informar!


Vania Viana – Professora de Educação Especial

Colégio Integrar- tatuapé




para acessar o Colégio Integrar, clique aqui.

SEESP - Secretaria de Educação Especial
















Altas Habilidades/Superdotação e a Inclusão Escolar
Reportar erros PDF Imprimir E-mail A Declaração de Salamanca (UNESCO & Ministério da Educação e Ciência da Espanha, 1994), veio influenciar as decisões políticas brasileiras junto ao Ministério da Educação no que diz respeito a debates sobre o conceito, indicadores, políticas sociais e à atenção educacional dispensada ao aluno com de necessidades educacionais especiais. Os movimentos sociais em prol dos direitos humanos ajudaram as pessoas com necessidades educacionais especiais a conquistarem o direito de plena participação social e, tais conquistas orientaram a reformulação de marcos legais para o sistema educacional. Um marco histórico neste sentido foi a Declaração dos Direitos Humanos de Viena (UNESCO, 1993) que trouxe o princípio da Diversidade, colocando o direito à igualdade no mesmo patamar do direito à diferença: “o reconhecimento da pluralidade de sujeitos portadores de direitos e de seus direitos específicos como parte integrante e indivisível da plataforma universal dos Direitos Humanos”(p.7). Introduziu-se, assim a Ética da Diversidade na implantação da política inclusiva, um desafio para a educação brasileira.

Consta da Declaração de Salamanca, entre outros, que:

“...cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios”;

“os sistemas educativos devem ser projetados e os programas ampliados de modo que tenham em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades”;

“os programas de estudo devem ser adaptados às necessidades das crianças e não o contrário, sendo que as que apresentam necessidades educativas especiais devem receber apoio adicional no programa regular de estudos, ao invés de seguir um programa de estudo diferente”;

“os administradores e os orientadores de estabelecimentos escolares devem ser convidados a criar procedimentos mais flexíveis de gestão, a remanejar recursos pedagógicos, diversificar as ações educativas, estabelecer relações com pais e a comunidade”;

“o corpo docente, e não cada professor, deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado à criança com necessidades especiais”.

Este avanço do pensamento político em torno da educação inclusiva abre os horizontes das políticas educacionais, mas traz para à escola a difícil tarefa de romper com paradigmas tradicionais e propor ações mais amplas que estejam de acordo com as necessidades histórico-culturais da comunidade que a cerca. Esse rompimento é um processo longo que envolve desprendimento dos agentes educacionais no que se refere à mudança na forma de agir.

Na última década os conceitos de inclusão foram amplamente discutidos e claramente colocados em leis resoluções e pareceres (veja as leis em Gotti, 2004). No que diz respeito à educação inclusiva o Ministério da Educação implementou o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade que visa disseminar a política de inclusão e apoiar o processo de construção e implementação de sistemas educacionais inclusivos nos municípios brasileiros. Tal projeto envolve o apoio às escolas para que estejam habilitadas a trabalhar com as diferenças e que possam envolver a comunidade na colaboração dessa prática. Para tanto é necessário que sejam oferecidos aos professores subsídios para que venham a desenvolver esta prática inclusiva.

Neste sentido, Mastiski (2004) argumenta que as políticas curriculares são espaços públicos de tomada de decisões que refletem ideologias e a dinâmica de movimentos sociais e, que os textos curriculares simbolizam o discurso oficial do Estado, legitimados pelos atores sociais que os colocam em prática, principalmente, os agentes educacionais. Assim, a autora sugere um amplo debate escolar no sentido de propor nova dimensão aos fundamentos e concepções do fazer pedagógico, com a finalidade de formar um currículo que acolham as diferenças presentes no contexto escolar. A autora sugere, ainda, que seja planejado em paralelo à reformulação curricular a formação continuada de professores no sentido de implementarem práticas pedagógicas que reflitam a diversidade de necessidades apresentadas pelos alunos em sala de aula. Mastiski (2004) argumenta que devem ser oferecidos subsídios que ampliem as possibilidades de reflexão e intervenção no fazer pedagógico uma vez que a inclusão começa em sala de aula:

Não importa o quão comprometido um governo possa ser com relação à inclusão; são as experiências cotidianas das crianças nas salas de aulas que definem a qualidade de sua participação e a gama total de experiências de aprendizagem oferecidas em uma escola. As formas através das quais as escolas promovem a inclusão e previnem a exclusão constituem o cerne da qualidade de viver e aprender experimentado por todas as crianças (Mittler, 2003, p. 139, apud Mastiski, 2004).

O Parecer CNE/CEB nº 17/2001, alerta para o fato de que os alunos superdotados e talentosos fazem parte das comunidades excluídas e que permanecem à margem do sistema educacional. Para o Conselho Nacional de Educação e a Câmara de Educação Básica (2001), esta população necessita de motivações específicas e não aceitam a rigidez curricular e aspectos do cotidiano escolar – “são tidos como trabalhosos e indisciplinados. Deixando de receber os serviços especiais de que necessitam, como por exemplo o enriquecimento e o aprofundamento curricular”.

Corroborando essa idéia Maia-Pinto (2002), afirma que uma constante preocupação para os educadores é a presença, em sala de aula, de crianças com características fora do padrão da classe. Quase sempre é um desafio para o professor trabalhar com esta criança. Para a autora, o professor logo percebe quando o aluno apresenta um rendimento abaixo da média da classe e, as ações para este fim são hoje bem divulgadas no ambiente escolar, havendo um certo consenso de que esta criança precisa de um atendimento extra ou de estratégias de ensino especiais que favoreçam o seu desenvolvimento.

Porém, alunos que apresentam um desempenho acima da média, se sobressaem em alguma área, têm uma grande motivação ou interesse, são criativos ou possuem habilidades de liderança, esses alunos, na maioria das vezes têm apenas o reconhecimento de “que é um ótimo aluno”, além de alguns mitos como a certeza de que este aluno terá um futuro brilhante (Alencar e Fleith, 2001).

No Brasil, a criança com necessidades especiais tem garantido por lei o seu acesso ao ensino regular, assim como a diferenciação curricular para casos específicos. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Ministério da Educação, 2001) apresentam algumas vantagens do atendimento ao superdotado e uma política que valoriza o talento. De acordo com as Diretrizes, as altas habilidades/superdotação referem-se a alunos com “grande facilidade de aprendizagem que os leva a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos devem receber desafios suplementares em classes comuns, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menos tempo, a série ou etapa escolar.” (p. 39).

Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996 – Lei nº 9.393 de 20 de dezembro de 1996 – e Plano Nacional de Educação em 2001, este atendimento foi reconhecido legalmente. Este reconhecimento está no Art. 24º que estabelece: “A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (...) V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: (...) c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado.” E no Art. 59 alerta que “Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: (...) II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados”.

Outros fundamentos legais estão nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, instituída pela Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001. Esta Resolução define, no Art. 3º, a Educação Especial como a modalidade de educação escolar “(...) assegura recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos”; no Art. 5º, que considera “educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem: (...) inciso III – altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes”, e, ainda, no Artigo 8º, que enfatiza que: “As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes comuns: (...) serviços de apoio pedagógico especializado em salas de recursos, nas quais o professor especializado em educação especial realize a complementação ou suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais específicos”.

Neste sentido, a proposta de atendimento educacional para os alunos com altas habilidades/superdotação dos NAAH/S tem fundamento nos princípios filosóficos e ideológicos que embasam a educação inclusiva: valorizando a diversidade como elemento enriquecedor do desenvolvimento pessoal e social, promovendo o desenvolvimento de currículos amplos, flexíveis e abertos que possibilitem a aprendizagem e participação de todos; respeitando as diferentes formas de aprender e atendendo as necessidades educacionais de todos os alunos; garantindo a acessibilidade física e as comunicações; desenvolvendo um trabalho cooperativo entre os diversos segmentos que compõem a comunidade escolar.

Referências:

Conselho Nacional de Educação & Câmara de Educação Básica (2001).

Parecer CNE/CEB nº 17/2001. Brasília: CNE/CEB.

Gotti, M.O. (Org.) (2004). Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas educacionais: orientações gerais e marcos legais. Brasília: MEC/SEEP.

Maia-Pinto, R.R. & Fleith, D.S. (2002). Percepção de professores sobre alunos superdotados. Estudos de Psicologia.

Maia-Pinto, R.R. (2002). Avaliação das práticas educacionais implementadas em um programa de atendimento a alunos superdotados e talentosos. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília, Brasília.

Mastiski, A. C. R. (2004). Políticas públicas de inclusão educacional: desafios e perspectivas. Educar em Revista, 23, 185-202.

Ministério da Educação (2001). Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001.

Ministério da Educação. (1995). Diretrizes gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília: Secretaria de Educação Especial.

Ministério da Educação. (2004). Censo Escolar. Brasília:

MEC/INEP/SEEC. Wide Web: http://www.inep.gov.br

Mittler, Peter. Educação inclusiva.contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.

UNESCO & Ministério da Educação e Ciência da Espanha (1994).

Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educativas especiais : acesso e qualidade. Brasília:

CORDE.

UNESCO (1993, julho). Declaração e Programa de Ação de Viena. Documento elaborado na Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos de Viena.

Educação especial

Miriam Ferreira
Ra:0813139