terça-feira, 24 de março de 2009

Texto final do trabalho do blog de Educação Especial



O meu blog é sobre Educação Especial,escolhi esse tema por ser um grande desafio educacional ,e por eu ter convívio com pessoas portadoras de necessidades especias ,tenho um irmão de 26 anos (Autista ) e na minha carreira profissional Educadora já trabalhei com diversas crianças portadoras de necessidades especias,e é um prazer trabalhar e poder ajudar a cada dia a ajudar a acabar com o preconceito .
É muito importante que a seja feito um trabalho de orientação entre pais e alunos ,pois muito julgam ser conhecer ,é a inclusão educacional é um fato temos que nos adequar a nossa realidade,com respeito dignidade ,e igualdade.
Pude ver que o conceito de educação inclusiva ganhou maior notoriedade a partir de 1994 com a Declaração de Salamanca. No que respeita às escolas, a ideia é de que as crianças com necessidades especias sejam incluídas em escolas de ensino regular e para isto todo o sistema regular de ensino precisa ser revisto, de modo a atender as demandas individuais de todos os estudantes. Toda criança tem direito a educação e educação de qualidade e com dignidade .

Infelizmente o preconceito ainda é grande ,mas ele tem cura ,e cada um de nós podemos contribuir para um futuro melhor !!!


Miriam Ferreira Ra 0813139

segunda-feira, 23 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

”O brincar e o jogar da criança ao adulto"




”O brincar e o jogar da criança ao adulto"
Uma visão psicopedagógica

Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga
E-mail


“O homem brinca e ele somente é um homem no sentido
Total do mund, quando brinca.”
(Schiller)

Introdução

Foi pensando em minha experiência clínica e institucional, como psicóloga, pedagoga, e posteriormente psicopedagoga, que despertou-me o desejo de investigar mais de perto as relações do “Brincar Infantil”.
Observamos nos últimos anos, que nunca se deu tanto destaque ao brinquedo, como se vem dando ultimamente. As indústrias investem nesta área, desenvolvem toda sorte de brinquedos eletrônicos, jogos, fazem comerciais, propagandas, brindes em supermercado, até as lojinhas de um e noventa e nove atacaram também, (com brinquedos muitas vezes sem qualidade , sem fiscalização e controle do IMETRO. Evidentemente tudo isto tem um fim: o consumo perverso. Descobriram uma fatia do mercado, as crianças e os jovens, que são consumidores em potencial, manipulados, seduzidos, ingênuos. Porém, constatamos que há o lado bom deste estímulo, mas não encontramos nossas crianças brincando com espontaneidade e espírito criador. Logo o brinquedo é descartado e querem outro, ou brincam um pouquinho e depois vão mexer no que não deve. Por que será?
Notamos vários teóricos pesquisando e escrevendo a respeito, como o brinquedo sendo um instrumento enriquecedor , possibilitando a aprendizagem de várias habilidades.

No dia-a-dia, é comum ouvirmos comentários sobre o brincar, num tom queixoso e esvaziado de significado: os pais comentam “Hoje meu filho não foi para a escolinha, também não perdeu nada, só vai para brincar!”; ou os professores falam “Aquela menina não tem feito nada, só pensa em brincar!”. Portanto, o brincar parece estar associado à uma ação irrelevante, ou pelo menos nada que tenha alguma importância para a vida humana.

Os pais valorizam mais as atividades como: “Meu filho faz, natação, inglês, ginástica, faz conservatório musical, teatro, computação, etc....”. Estas atividades são importantes e necessárias, mas está sobrando pouco tempo para a espontaneidade, para o brincar em conjunto, para a fantasia.

A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar as questões relativas à aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento.

Podemos dizer que, a capacidade de brincar faz parte de um processo de desenvolvimento, sendo imprescindível para a sobrevivência psíquica e para o avanço social do homem. Notamos isto na própria história antropológica humana.
Sabemos pela maneira que uma criança, adolescente, adulto, brinca como algo revelador de suas estruturas mentais, pensamentos, sentimentos, interações, ou seja seus níveis de maturidade cognitiva, afetiva – emocional e social.

Faço então uma pergunta: “O que acontece com o brincar; pois ora é tão valioso ora é tão desvalorizado?”

O brincar e o jogar da criança ao adulto

Vejamos a origem das palavras:

- Jogar: do latim “jocare”: entregar-se ao; ou tomar parte no jogo de; executar as diversas combinações de um jogo; aventurar-se ou arriscar-se ao jogo; perder no jogo; dizer ou fazer brincadeira; harmonizar-se.

- Brincar: “de brinco+ar”; divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de criança; recrear-se; distrair-se;saltar; pular; dançar, (...) (Dicionário da Língua Portuguesa – Aurélio, 1986, pp. 286-98)

Percebemos que há uma dificuldade em definir os termos “jogar” e “brincar”, pois ambos tem uma fronteira comum, indicando um grau de subjetividade, em que estas atividades estão implícitas.

Segundo, BOMTEMPO (1987 p.13) “a atividade do brincar, geralmente é vista como uma situação livre de conflitos e tensões, havendo sempre um elemento de prazer. Também é uma atividade com um fim em si mesma, pois não há resultado biológico imediato que altere a existência do indivíduo.”

O brincar da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recreação, o adulto que brinca/joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao brincar/jogar avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca.

Precisamos saber que o brincar da criança é uma forma infantil da capacidade humana de experimentar, criar situações, modelos e como dominar a realidade, experimentando e prevendo os acontecimentos.

Quando induzimos a criança a brincar com jogos educativos, chega um momento em que ela interrompe dizendo: -“Bem agora, vamos brincar, tá?”. Portanto a criança não estava brincando no verdadeiro sentido do verbo, quando percebe o objetivo e intenção pedagógica que a cansou, interrompe, pois o brincar é destituído de qualquer objetivo externo e determinado, brincar requer espontaniedade, criatividade, liberdade com limites.

A brincadeira a partir dos 2 aos 4 anos, desenvolve-se com base nas organizações mentais, ou seja a simbolização. Diferencia o “eu” do outro, fantasia de realidade.
No início apresenta características de “pensamento mágico pré conceitual”, ou seja a a criança dá vida aos objetos, atribui sensações e emoções, conversa com eles. É também uma brincadeira solitária, na qual vive diferentes papéis. Pouco a pouco, ensaia um simbolismo coletivo, exigindo dela esforço e descentralização para acrescentar o outro e poder continuar brincando.
A partir dos 4 anos, a brincadeira vai adquirindo um aspecto mais social surgindo as brincadeiras com regras, onde o combinado deve ser respeitado.
Na compreensão da brincadeira simbólica a criança revela situações carregadas de emoções e afetos, as organizações lógicas : classificações, seriações, quantidades, cores, cenário onde aparece seus medos, dificuldades, tensões, inversão de papéis, etc...

Huizinga (1980), filósofo da história em 1938, escreveu seu livro “HOMO LUDENS” no qual argumenta que o jogo é uma categoria absolutamente primária da vida, tão essencial quando o raciocínio (HOMO SAPIENS) e a fabricação de objetos (HOMO FABER), então a denominação HOMO LUDENS, é cujo elemento lúdico está na base do surgimento e desenvolvimento da civilização.

O autor define jogo como: “uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana.”

Em seu livro Huizinga nos conta que:
 Nas sociedades antigas, não havia destinação entre jogos infantis e adultos, eram coletivos.
 O jogo era considerado como um vínculo entre as pessoas, grupos, classes e gerações, entre passado e futuro. Gradualmente este caráter foi sendo perdido ao longo da história, transformando-o mais individual.
 A influência educacional, religiosa e social altera os valores morais, considerava a criança como, um ser não maduro para convívio com adulto, sendo que deveria ser submetida a um “regime especial”.
 Os jogos e divertimentos coletivos foram abandonados e o ato de brincar desvalorizado, por não ter função aparente.

Com o surgimento do capitalismo esta idéia teve mais força, pois não podia ser associado a produção e trabalho, se tornou algo inútil.

O importante no brincar não é tanto como a criança, o jovem ou o adulto brinca, mas sim como ela se envolve, lidando de forma cada vez mais criativa e interativa com seu mundo interno e externo.

O fato de uma criança jogar xadrez, onde há presença de regras explícitas, pode ser considerado também por ela como uma brincadeira, ou o fato de brincar de boneca aparentemente sem regras explicitas, possa ser uma reprodução de papéis sociais, pré estabelecidos por ela.

Os pais e educadores devem levar em consideração os seguintes aspectos ao observar a criança ou o jovem brincando:

 Ela tem brincado ultimamente? Quanto tempo fica nesta atividade? O que faz com aquela brincadeira?
 Brinca sozinha? Brinca com alguém? Brinca em grupo?
 O que ela está expressando?
 Quais as regras?
 Como está brincando?
 Criou novas regras?
 Permaneceu em regras impostas?
 Qual sua reação?
 O que aparece neste jogo?
 Para que serve este jogo ou brincadeira?
 Como cuida dos brinquedos?
 Quais os brinquedos prefere?

Na verdade não existem delimitações claras sobre o ato de brincar e jogar e sim uma fusão entre as duas atividades. Quando uma criança não brinca, não se desenvolve, não se aventura em algo novo, desconhecido, isto é muito preocupante. Se a criança brinca está revelando ter aceito o desafio do crescimento, de ter a possibilidade de errar, de tentar a arriscar para progredir e evoluir.

Enquanto pais, educadores e profissionais afins, precisamos ser mais tolerantes com as atividades do cotidiano e criarmos um espaço para o lúdico, para nós também podermos sonhar, fantasiar, brincar.


Bibliografia

Bomtempo, E. aprendizagem e brinquedo em Witter, G.P. e Romeraco, T.F. “Psicologia da Aprendizagem”
Ed. EPU.

Erikson, E.H. Infância e Sociedade”
Ed. Zahar

Huizinga,J. “Homo Ludens – O Jogo como elemento da Cultura”
Ed. Perspectiva

Lebovici e Diatkine, R. “Significado e Função do Brinquedo na Criança”
Ed. Artes Médicas

Oliveira, P. S. “O que é brinquedo ?”
Ed. Brasiliense

Benjamin, N. “Reflexões: A criança, o brinquedo e a educação”
Ed. Summus

Oliveira, V.B. “O símbolo e o brinquedo”
E “Avaliação Psicopedagógica da Criança de 0 a 6 anos”
Ed. Vozes

Piaget, J. “A Formação do Símbolo na Criança”
Ed. Guanabara Koogam

Fernandes, A. “Inteligência Aprisionada”
Ed. Artes Médicas

História do movimento da escola inclusiva







História do movimento da escola inclusiva
De onde veio a proposta da escola inclusiva?

ADAPTAÇAO do texto da Profa. Dra Leny Magalhães Mrech
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Matéria enviada por Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga



Os quatro eixos básicos que constituíram o Paradigma da Inclusão partiram do entroncamento de quatro fontes básicas: a emergência da Psicanálise ; a luta pelos Direitos Humanos, a Pedagogia Institucional e o movimento de Desinstitucionalização Manicomial ou Antipsiquiatria.

Foram estes desencadeadores que delinearam um problema social, um problema público - a questão da inclusão social - que vem tomando forma e exigindo novas práticas educacionais e sociais.

As contribuições de Sigmund Freud e Jacques Lacan , trouxeram uma nova forma de se conceber os seres humanos: a importância da linguagem, do inconsciente e da sexualidade nos processos de constituição dos sujeitos.

Através dos ensinamentos de Freud e Lacan foi possível identificar que havia em relação à sociedade e aos sujeitos uma leitura ingênua do mundo. Uma crença na intencionalidade direta e linear das ações dos sujeitos e da sociedade.

Freud revelou que o sujeito e a sociedade podem ir contra si mesmo. Os sujeitos não criam apenas através das suas ações, o que chamou de pulsão de vida. Eles podem também se destruir ou destruir ao outro, um processo bastante sofisticado que Freud denominou de pulsão de morte.

Com isto foi tornando-se cada vez mais evidente que a sexualidade, a inteligência e a afetividade dos seres humanos não eram apenas produtos já dados, mas construções sociais e individuais. Para Freud e Lacan a ênfase estava nas relações e não em processos biológicos previamente concebidos e estruturados. Um exemplo é a questão atualíssima da violência nas escolas, vem revelando que não basta lidar apenas com o cognitivo, nós precisamos também trabalhar com a afetividade dos alunos, existe um desamparo familiar, social, político, ético, moral etc... encobrindo essa violência manifesta.

Mais tarde, a luta pelos Direitos Humanos veio ampliar ainda mais esta proposta. Ela delineou uma outra passagem que é a luta pelos direitos políticos. De 1964 a 1968, no meio universitário e fora dele, emergiu, no mundo todo, a defesa pelos Direitos Humanos aplicados a todos os sujeitos. Independente do fato de se pertencer a uma dada raça, cor, religião, situação financeira, etc. O objetivo é que todos os sujeitos tivessem acesso e direito garantido aos mesmos parâmetros de ingresso nos processos sociais e educativos.

A luta pela Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, veio revelar o papel estratégico que a Educação vem ocupando na manutenção, ao longo de décadas, de processos estigmatizadores.

Em decorrência, não foi ao acaso que emergiu, na França, na década de 60, a Pedagogia Institucional ou Pedagogia revolucionária, aquela cujas raízes se encontram no movimento frenetiano e no grupo dos Situacionistas Internacionais que, desencadearam no mundo todo, uma nova forma de ver a cultura e a Educação. Esse conceito situacionista, revela a importância de não mais focalizarmos o sujeito isoladamente. É preciso que se identifique também o contexto social - a situação ou ambiência - onde sujeito se encontra colocado.

O movimento mais transformador da cultura na década de 60 e 70, foi o Movimento de Desinstitucionalização Manicomial, ou seja, da quebra das cadeias manicomiais, como lugares de atendimento e tratamento excludentes dos doentes mentais.

Os movimentos de Desintitucionalização e Antipsiquiatria propiciaram novas luzes aos processos de atendimento e tratamento dos doentes mentais. Eles revelaram a importância de situações saudáveis para o bom andamento dos sujeitos. Situações onde os doentes mentais não ficassem excluídos dos ambientes comuns, mas fosse dado o direito de participar de uma forma mais ampla e digna dos contextos sociais comuns.

Acreditamos que os conteúdos que atualmente surgiram em Educação Inclusiva não sejam referidos apenas ao momento presente. Revelam a existência de um problema social maior, um problema público, em relação à maneira como os deficientes têm sido tratados ao longo da história da nossa civilização.